Mais do que uma tendência, o ESG na logística é hoje uma exigência do mercado. Grandes embarcadores já avaliam seus fornecedores com base em critérios ambientais, sociais e de governança, e transportadoras que não se adaptarem podem perder competitividade. Por outro lado, quem conseguir integrar esses três pilares no dia a dia terá não apenas eficiência, mas também uma vantagem estratégica de longo prazo.
O pilar Ambiental (E)
Eficiência e responsabilidade
Quando falamos de ESG, o “E” de Environmental (Ambiental) costuma ser o primeiro pilar que vem à mente. E não é por acaso. O transporte rodoviário responde por cerca de 9% das emissões totais de CO₂ no Brasil, segundo o Ministério da Ciência e Tecnologia. Isso mostra a relevância ambiental do setor, mas também revela uma grande oportunidade.
Cada litro de diesel economizado significa menos emissões de gases de efeito estufa e, ao mesmo tempo, redução de custos para a empresa. Esse é um ponto central: sustentabilidade e eficiência caminham juntas.
Além das emissões diretas, práticas de dirigibilidade influenciam fortemente o impacto ambiental da frota. Ações como dirigir na faixa verde, evitar excesso de velocidade, usar o embalo do caminhão e reduzir o tempo de motor ligado com o veículo parado são atitudes simples que, em escala, reduzem consideravelmente a pegada ambiental das operações. Quer saber como mensurar esses resultados? A Gobrax pode ajudar.
Mas não é só o motorista que faz a diferença. A inovação tecnológica tem papel fundamental. Hoje já vemos o avanço de:
- Caminhões a gás natural, que podem reduzir em até 20% as emissões de CO₂;
- Biometano e outras fontes de energia renovável entrando na pauta;
- Tecnologias de análise de dados que permitem corrigir comportamentos de desperdício em tempo real;
- Programas de logística reversa e gestão de resíduos que ampliam o ciclo sustentável de embalagens, peças e pneus;
- Uso eficiente da água, como em lavagens de veículos com sistemas de reuso.
A mensagem é clara: o futuro do transporte passa pela eficiência ambiental. E empresas que não incorporarem esse fator em sua operação correm o risco de ficar fora de grandes contratos.
O pilar Social (S)
Pessoas no centro da logística
Se o Ambiental mostra o impacto do transporte no planeta, o Social coloca em evidência as pessoas que fazem a roda girar. No caso do transporte rodoviário, isso significa olhar principalmente para o motorista: elo essencial entre transportadoras, embarcadores e clientes finais.
É comum confundir o pilar Social com ações pontuais de filantropia. Mas ele vai muito além. Estamos falando de estruturas consistentes de responsabilidade social corporativa, que envolvem:
- Condições de trabalho seguras e respeito às normas trabalhistas;
- Diversidade e inclusão, com abertura de espaço para mulheres e grupos historicamente excluídos da profissão;
- Programas de desenvolvimento e reconhecimento profissional;
- Conexão com comunidades impactadas pelas operações logísticas.
E há um ponto crucial: não existe eficiência sem segurança. Segundo dados da Pamcary, em 2024, 62% das perdas no transporte vieram de acidentes, contra apenas 0,53 roubos a cada 10 mil viagens. Esse número mostra que cuidar do motorista é cuidar do negócio.
Investir em saúde, segurança e bem-estar não deve ser visto como custo extra, mas sim como prevenção de riscos.
Práticas como acompanhamento de jornadas, treinamentos de direção defensiva, incentivo a hábitos saudáveis e programas de reconhecimento contribuem para reduzir acidentes, aumentar a motivação das equipes e reforçar a confiança do mercado. O resultado? Menor rotatividade de motoristas, maior engajamento, menos acidentes e uma reputação sólida diante dos embarcadores. Em um setor carente de mão de obra qualificada, ser visto como empregador responsável pode ser o diferencial que garante continuidade e competitividade.
O pilar Governança (G)
Transparência que sustenta o futuro
O terceiro pilar do ESG é a Governança. Ele é responsável por dar consistência às iniciativas ambientais e sociais, garantindo que elas não fiquem apenas no discurso. Sem governança, há risco de práticas serem vistas como “greenwashing” ou de perderem credibilidade diante do mercado.
Na prática, governança no transporte significa:
- Gestão de riscos, antecipando problemas antes que impactem a operação;
- Compliance e ética em todas as decisões;
- Planejamento estratégico baseado em dados reais;
- Proteção da privacidade e da segurança de dados de clientes, motoristas e parceiros;
- Reconhecimento por meritocracia, valorizando resultados de forma justa;
A governança é o fio condutor que conecta todos os envolvidos na cadeia logística: acionistas, gestores, motoristas, embarcadores e clientes finais. Quando bem estruturada, ela mostra que a empresa não está apenas preocupada com resultados imediatos, mas comprometida com relevância e sustentabilidade no longo prazo.
Futuro do ESG na logística
Ao olhar para frente, fica claro que o futuro da logística será guiado pela integração entre ESG e tecnologia. Três movimentos já estão em curso e devem ganhar ainda mais força:
- Tecnologia como aliada da eficiência
A digitalização deixou de ser diferencial e virou requisito. Aassim, soluções como inteligência artificial, roteirização inteligente e dados em tempo real estão ajudando transportadoras a prever cenários, reduzir erros e ocupar melhor seus veículos. - Sustentabilidade como exigência do mercado
Além disso, não basta entregar no prazo: grandes embarcadores já exigem relatórios de consumo, emissões e indicadores de ESG. Combustíveis alternativos como o biometano entram cada vez mais na pauta, e a pressão por práticas sustentáveis deve aumentar. - Logística multimodal
Dessa forma, a integração entre rodoviário, ferroviário e cabotagem pode reduzir custos em até um terço em trajetos longos. A diversificação de modais será um caminho estratégico para equilibrar eficiência e impacto ambiental.
No entanto, também há gargalos a enfrentar: falta de motoristas qualificados, custos crescentes de diesel e manutenção, e baixa previsibilidade da demanda. Por isso, não dá para esperar estabilidade no mercado para começar a economizar. A hora de investir em eficiência e sustentabilidade é agora.
Em resumo
ESG na logística é o motor da transformação para o futuro
O setor de transporte rodoviário de cargas tem diante de si um desafio e uma oportunidade. De um lado, o desafio existe porque os impactos ambientais, sociais e econômicos são grandes. Por outro lado, a oportunidade se revela porque integrar ESG na logística significa construir um futuro mais competitivo, responsável e sustentável.
Na Gobrax, acreditamos que sustentabilidade e eficiência caminham juntas. A missão é clara: economizar 1 bilhão de litros de diesel até 2030, apoiando transportadoras a se tornarem referência em eficiência, segurança e responsabilidade. E para continuar essa conversa sobre o futuro do transporte, temos um encontro marcado:
Nos dias 1 e 2 de outubro, estaremos no Logística do Futuro 2025, em São Paulo.
O futuro da logística será coletivo, conectado e sustentável. E começa agora.