A gestão de frotas é uma das áreas mais desafiadoras do transporte rodoviário de cargas.
Entre o custo do diesel, o desempenho dos motoristas e a pressão por prazos cada vez menores, o gestor precisa ser técnico, analítico e humano, tudo ao mesmo tempo. Segundo Ronaldo Lemes, Diretor Executivo da Gobrax, a eficiência não está apenas nos números. Ela nasce nas pessoas e nas decisões que acontecem entre o ponto de partida e o destino.
No terceiro episódio do podcast Chama PX, criado por nossos parceiros da Scarpress, Ronaldo compartilhou experiências de quem viveu os dois lados da estrada: o do motorista e o do gestor.
Com base nessa conversa, reunimos 5 dicas para otimizar a gestão de frotas e transformar o modo como sua empresa enxerga tecnologia, eficiência e pessoas.
1. Olhe além da média: o que realmente gera eficiência na gestão de frotas
Durante muito tempo, a eficiência era medida apenas pela média de consumo de combustível.
No entanto, esse número é só o reflexo do que acontece ao longo do trajeto.
“A média é só o resultado final. O que muda o jogo é o que acontece entre o início e o fim do trecho.” — Ronaldo Lemes
Assim, a boa gestão de frotas precisa ir além dos indicadores tradicionais. É importante analisar parâmetros, como o tempo em faixa verde, a pressão no pedal e as frenagens bruscas, por exemplio.
Esses fatores revelam o comportamento de direção que realmente define custos e segurança.
Dica prática:
Use relatórios de eficiência em tempo real e compare o desempenho entre trechos, não entre motoristas. Dessa forma, é possível identificar onde a performance se perde e onde há espaço para melhorias.
2. Use a tecnologia para desenvolver pessoas, não para controlar
A telemetria evoluiu, e agora deve ser vista como uma ferramenta de desenvolvimento humano, não de vigilância. Antigamente, o foco estava em punir; hoje, o foco deve ser ensinar.
“Telemetria é controle. Performance é desenvolvimento. O que muda é a intenção.” — Ronaldo Lemes
Quando os motoristas compreendem o “porque” por trás dos indicadores, passam a participar ativamente da eficiência.
Desse modo, a tecnologia deixa de punir e passa a educar, transformando números em aprendizado e em resultado.
Dica prática:
Mostre ao motorista o impacto direto das boas práticas de condução em seu próprio resultado.
Isso fortalece o senso de protagonismo e cria uma cultura colaborativa na frota.
3. Transforme o motorista em gestor da cabine
Cada caminhão é diferente e exige uma condução específica.
Por esse motivo, Ronaldo compara o motorista moderno a um piloto de avião:
“Cada caminhão é uma aeronave diferente. Quem troca de modelo precisa reaprender a operar.” — Ronaldo Lemes
Essa visão muda completamente o papel do motorista. Ele deixa de ser apenas um operador e passa a ser um profissional técnico, responsável por interpretar dados e aplicar boas práticas de direção.
Além disso, o envolvimento técnico gera mais segurança e eficiência em toda a operação.
Dica prática:
Implemente programas de treinamento contínuo com base nos resultados da sua frota.
Com isso, cada motorista passa a conhecer seu desempenho, suas metas e resultados em tempo real, tornando-se mais autônomo e responsável.
4. Recompense o bom desempenho
Mudança de comportamento exige motivação.
Por isso, a transportadora Scarpress, parceira da Gobrax, implementou um programa de cashback por performance — e os resultados foram imediatos: menos multas, menos consumo de diesel e motoristas engajados em bater metas.
Além de melhorar os indicadores operacionais, o programa aumentou o engajamento da equipe e fortaleceu a cultura de colaboração.
Ao verem colegas sendo premiados, outros motoristas passaram a buscar melhores resultados também.
Dica prática:
Substitua punições por incentivos de performance.
Premie não apenas a economia, mas também a segurança e a constância dos resultados. Dessa forma, o feedback vira estímulo.
5. Seja preditivo: antecipe problemas antes que virem custo
Com dados em tempo real, o gestor pode prever falhas antes que causem prejuízos.
Na Scarpress, a Gobrax identificou um caminhão que consumia acima da média, mesmo sem falhas aparentes.
Após regulagem técnica, o consumo subiu de 3,4 para 4,3 km/l, gerando R$ 6.000 de economia mensal em apenas um veículo.
“Hoje, conseguimos trabalhar de forma preditiva, não apenas preventiva. A plataforma mostra quando a curva começa a cair, antes que o problema apareça.” — Andrei Silva Cardoso
Essa visão preditiva permite intervir no momento certo, reduzindo paradas inesperadas e maximizando a vida útil da frota.
Além disso, o ganho de eficiência se reflete em mais entregas e em menos custos.
Dica prática:
Acompanhe quedas de performance e atue rapidamente. Com esse acompanhamento constante, a gestão preditiva evita paradas não programadas e aumenta a rentabilidade do negócio.
Conclusão: gestão de frotas eficiente, é sobre pessoas
Em resumo, a gestão de frotas eficiente combina tecnologia, empatia e cultura. De nada adianta a melhor ferramenta se ela não for usada para valorizar o motorista e fortalecer o relacionamento entre equipes.
“Durante anos o motorista foi tratado como custo. Agora ele precisa ser visto como investimento.” — Ronaldo Lemes
Em resumo: cuidar da operação, é cuidar de pessoas.
E é exatamente isso que garante um transporte mais seguro, previsível e sustentável. Você está no caminho certo?